A força mental dos superlongevos
- Essentia Pharma
- 29 de abr. de 2023
- 4 min de leitura
Matéria em parceria com a Essentia Pharma

Você pode manter o seu cérebro jovem à medida que os anos avançam?
O pensamento geral é que a memória e outras funções cerebrais diminuem automaticamente com o avanço da idade. Mas os adultos mais velhos conhecidos como “superlongevos” mudaram essa percepção. “Esse grupo de indivíduos pode manter o poder cerebral ideal por muito mais tempo na vida”, diz Yuta Katsumi, instrutora de neurologia do Massachusetts General Hospital, afiliado à Harvard. “Suas experiências de saúde sugerem que as mudanças cerebrais relacionadas à idade nem sempre são inevitáveis.”
Cérebro velho, cérebro jovem
O declínio da memória está frequentemente ligado ao encolhimento do cérebro. Mas o quanto o tamanho do cérebro muda com a idade é altamente variável.
Em média, o cérebro de uma pessoa diminui em volume e peso em cerca de 5% por década, começando após os 40 anos. Um tamanho cerebral reduzido torna menos provável de manter uma boa comunicação entre suas diferentes partes.
“Essas mudanças cerebrais podem dificultar o aprendizado e o processamento de novas informações, lembrar nomes e palavras e se concentrar na conclusão de tarefas”, explica Katsumi.
No entanto, os cérebros dos superlongevos encolhem mais lentamente – quase metade da velocidade, de acordo com algumas pesquisas. O motivo disso não é totalmente compreendido.
“Pode haver um componente genético que torna o cérebro dessas pessoas mais resiliente ao encolhimento natural ou encolha a um ritmo mais lento, mas a diferença também pode estar associada aos hábitos de vida”, sugere Katsumi. “Também é possível que algumas pessoas nasçam com uma memória excepcional, podendo assim manter uma função cerebral acima do normal, mesmo quando expostas a um declínio natural.”
Desfrutando a vida
Então, eis a pergunta: será que você poderia se tornar um superlongevo? Bem, embora não possa fazer muito sobre a sua genética, você pode retardar o declínio cognitivo – ou talvez até melhorar a função cognitiva – seguindo o estilo de vida dessa população.
Muitas pessoas que apresentam uma superlongevidade possuem hábitos que as pesquisas associaram a cérebros mais saudáveis, incluindo melhor memória e menor risco de demência. Por exemplo:
Seja mais social
Pessoas longevas tendem a ter grandes grupos sociais. Estudos mostraram que o envolvimento social regular é um grande impulsionador do cérebro. O oposto também é verdade. O isolamento social está ligado a menores volumes de massa cinzenta em regiões do cérebro relacionadas à cognição, de acordo com pesquisa publicada online em 8 de junho de 2022, pela Neurology.
Uma maneira de aumentar a atividade social é participar de um grupo. As pessoas geralmente acham mais natural se relacionar com as outras através de uma atividade ou interesse compartilhado, então considere um grupo de caminhada, uma liga de golfe ou boliche, um clube de cartas ou xadrez ou um clube em um centro comunitário.
Se você já tem um pequeno círculo de amigos, mas tem problemas para se reunir regularmente, tome a iniciativa e agende um horário para o encontro. Muitas pessoas respondem bem à rotina, então tente marcar um encontro regular para um café ou almoço no mesmo lugar, idealmente em um ambiente projetado para conversas e discussões.
Desafie-se
Estudos associaram o aprendizado a uma melhor memória. “Qualquer coisa que possa estimular a mente e engajá-la a aprender novas informações ajuda”, afirma Katsumi.
Concentre-se em tópicos que lhe interessam
Por exemplo, estude um idioma para uma próxima viagem ao exterior. Um estudo publicado em 15 de maio de 2019 na Frontiers in Neuroscience descobriu que adultos de 59 a 79 anos que estudaram um segundo idioma por apenas quatro meses (16 sessões de duas horas) melhoraram a conectividade neural nas regiões do cérebro responsáveis pela atenção, memória de trabalho e processamento de linguagem.
Outros exemplos incluem inscrever-se em uma aula online, aprender a tocar um instrumento, ser voluntário em uma causa favorita ou como orientador de um jovem. Até mesmo jogar videogame pode melhorar a memória de adultos mais velhos, de acordo com um estudo de 2020 publicado na Behavioral Brain Research.
Coma mais “superalimentos”
Os chamados superalimentos são ricos em antioxidantes, que, segundo um crescente corpo de pesquisa, ajudam a reduzir a inflamação e a proteger as células de danos que causam doenças. Adicionalmente, outros nutrientes ou compostos – como polifenóis, ácidos graxos ômega-3 e vitaminas e minerais específicos – também ajudam.
Não é coincidência que muitos superalimentos formam a base de dietas saudáveis para o cérebro, como as dietas MIND, DASH e mediterrânea. Não é certo quais desses alimentos ou quais quantidades são ideais, então o consenso é se concentrar em consumir refeições contendo uma variedade deles. As escolhas incluem:
berries;
cereais integrais (aveia, quinoa, cevada);
peixes ricos em gordura (salmão, cavala, truta);
oleaginosas (nozes, amêndoa, castanhas);
azeite de oliva;
vegetais crucíferos (brócolis, couve-de-bruxelas, couve-flor);
abacate;
chá verde.
Seja mais ativo
Os superlongevos são bastante ativos. Pesquisas sugerem que o exercício pode ajudar a manter e possivelmente melhorar a função cognitiva, mesmo que você comece mais tarde na vida. Exercícios aeróbicos, treinamento de força e até ioga estão todos ligados a uma melhor memória entre os adultos mais velhos.
As diretrizes sugerem 150 minutos de exercícios semanais de intensidade moderada. Mas a consistência é fundamental. “Quanto mais ativo você for regularmente, maiores serão os benefícios para o cérebro”, afirma Katsumi. Fazer uma variedade de atividades pode ajudá-lo a se manter motivado. Escolha várias que você gosta e as inclua em seu estilo de vida.
Comments