Fertilidade feminina: o que influencia e como aumentar
- Essentia Pharma
- 18 de mar. de 2023
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Matéria em parceria com a Essentia Pharma
Fertilidade feminina é uma pauta importante na vida da mulher moderna. Muitas delas acabam prorrogando o desejo de ser mãe e optam por tentar engravidar mais tarde. Essa tendência pode ser observada por meio dos dados divulgados pelo IBGE. Enquanto em 2007, 25,7% dos nascimentos registrados eram de mães com 30 anos ou mais, em 2020, esse percentual subiu para 37,43%.

Mas será que, mesmo com os avanços da medicina e o aumento da longevidade, a idade continua influenciando a concepção natural? Existem outros fatores que podem interferir nesse processo? O que pode contribuir para aumentar a fertilidade feminina? Acompanhe o texto e encontre as respostas para essas e muitas outras perguntas.
O que é fertilidade feminina?
Fertilidade feminina é a capacidade que uma mulher tem de gestar um filho biológico. Diferente dos homens, as mulheres passam por fases reprodutivas durante a vida, que marcam o início e o término da idade fértil. Entre as fases mais importantes estão:
a menarca (primeira menstruação): menstruar indica que a mulher está ovulando e, por isso, pode engravidar. Esse é um dos períodos mais marcantes da vida feminina, pois, além das mudanças visíveis que ocorrem no corpo, também consiste no início da fase reprodutiva.
a menacma (idade fértil): é o período que inicia com a primeira menstruação e encerra com a menopausa, ou seja, é a fase da vida em que a mulher tem probabilidade de engravidar.
o climatério: é uma fase de transição entre a idade fértil e a menopausa. Ela inicia a partir dos 40 anos e é caracterizada pela redução na produção de um importante hormônio feminino: o estrogênio. Nesse período, o ciclo menstrual pode se tornar irregular (especialmente a partir dos 50 anos) e as chances de engravidar são menores.
a menopausa: marca o fim da menstruação. Com isso, a mulher passa a não ovular mais e, portanto, não consegue mais engravidar naturalmente.
Quando é o período fértil feminino?
O período fértil compreende os dias do ciclo menstrual em que a mulher tem maior probabilidade de engravidar. Manter relações sexuais desprotegidas nesse período, mesmo que em dias alternados, aumenta muito as chances de gravidez, pois é nessa fase que o corpo feminino (em especial o útero) se prepara para receber o óvulo fecundado e iniciar a gestação.
Assim, se você está tentando engravidar, é importante anotar as datas da menstruação e ovulação para saber quando é o seu período fértil. Você pode fazer uma tabelinha, usar um calendário ou mesmo aplicativos para fazer isso de forma fácil e descomplicada. Também pode solicitar a ajuda do seu médico para identificar o período fértil de forma mais assertiva.
Como calcular
Um ciclo menstrual regular tem, em média, 28 dias e está dividido em 3 fases:

folicular: inicia no primeiro dia da menstruação e vai até o início da ovulação, que acontece por volta do 14º dia do ciclo. Nesse período, ocorre a produção do hormônio foliculoestimulante (FSH), responsável pelo amadurecimento dos óvulos, e também do estrogênio (após a menstruação).
ovulatória: por volta do 14º dia, o óvulo maduro é liberado para que possa viajar pelas trompas e chegar até o útero, onde será fecundado. No útero, ele sobrevive por cerca de 24 horas. Mesmo assim, é considerado período fértil o intervalo de tempo que inicia 3 dias antes e acaba 3 dias após a ovulação, pois os espermatozoides podem permanecer no trato genital da mulher por dias.
lútea: nessa fase, o folículo rompido com a saída do óvulo se transforma no corpo lúteo. Além de estrogênio, essa estrutura libera mais progesterona, preparando o endométrio para a gravidez. Quando isso não acontece, a produção hormonal diminui, o corpo lúteo é absorvido e o endométrio descama, dando início à menstruação e recomeçando o ciclo.
Quais fatores influenciam na fertilidade feminina?
Uma série de fatores contribuem para aumentar ou diminuir a fertilidade feminina. Entre os principais estão:
Idade
Ao contrário do homem, a mulher já nasce com um “estoque” de óvulos, que são consumidos ao longo do tempo. Logo, a fertilidade feminina tem data para iniciar (primeiro ciclo menstrual) e para acabar (durante a menopausa).
Por isso, do ponto de vista biológico, o ideal é tentar engravidar antes dos 35 anos de idade. Nessa fase, os óvulos têm maior qualidade e quantidade, e as condições adversas que podem afetar o sistema reprodutivo feminino, a mulher durante a gestação ou o feto são menos frequentes.
No entanto, quando se decide engravidar, vale destacar que cada mulher é única e que cada organismo possui as suas particularidades. O tempo para que uma gravidez seja confirmada não é igual para todas as mulheres. Por isso, é importante manter a tranquilidade, cuidar do corpo e se preparar para esse momento tão especial que é a maternidade.
Para se ter uma ideia, é considerado normal que mulheres com até 35 anos demorem até 12 meses para engravidar, mesmo com sexo frequente e desprotegido. Após esse período, caso a gravidez não ocorra naturalmente, é recomendado procurar um médico. Já para as que começam a tentar depois dos 35, caso a gravidez não aconteça após 6 meses de tentativas, o mais indicado é procurar acompanhamento profissional.
Peso
Mulheres acima ou abaixo do peso também podem ter dificuldade em engravidar. Isso, porque o peso é um dos fatores que influencia na produção hormonal feminina, interferindo diretamente na ovulação, que pode não ocorrer devido a falta de nutrientes e níveis hormonais inadequados. Além disso, com ciclos irregulares ou ausência da menstruação, por exemplo, fica mais difícil para a mulher identificar o período fértil e, consequentemente, engravidar naturalmente.
Doenças no sistema reprodutivo
Além dos distúrbios hormonais, algumas doenças podem afetar a fertilidade feminina. As mais comuns são:
Endometriose: caracterizada pela presença do tecido que reveste o útero (endométrio) em órgãos como trompas, ovários, intestino e outros. Isso pode impedir a passagem do óvulo para o útero, dificultar sua implantação caso seja fecundado ou mesmo provocar alterações hormonais.
Síndrome do Ovário Policístico (SOP): alteração hormonal que pode causar a formação de cistos e o aumento no tamanho dos ovários, prejudicando a ovulação.
Miomas: tumores benignos que se formam no útero. Dependendo do tamanho, quantidade e localização, podem afetar a fertilidade feminina.
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s): entre as que podem afetar a fertilidade estão a Gonorreia, a Clamídia e a Sífilis.
Todas essas doenças, quando diagnosticadas corretamente, podem ser tratadas por meio de medicamentos, cirurgias e mudanças no estilo de vida.
Alimentação
Manter uma alimentação saudável é essencial para mulheres que desejam engravidar, assim como para os seus parceiros. Estudos mostram que dietas baseadas nos padrões mediterrâneos, ricas em vitaminas, minerais, antioxidantes, ácidos graxos, fibras alimentares e proteínas vegetais, contribuem para a fertilidade feminina.
Por outro lado, mulheres que consomem alimentos ultraprocessados, com adição de açúcares e gordura trans, carboidratos refinados e fast foods podem ter dificuldade de engravidar naturalmente. Isso, porque esse tipo de alimentação interfere no bom funcionamento dos hormônios sexuais e altera a ovulação.
Ainda, o consumo moderado de cafeína não interfere na fertilidade. O American College of Obstetricians and Gynecologists considera que a ingestão de até 200mg de cafeína por dia é segura para gestantes ou mulheres que estão tentando engravidar. Vale destacar, no entanto, que a cafeína não está presente somente no café. Ela pode ser encontrada em chás, refrigerantes, cacau e outros produtos. Por isso, é importante ficar atenta para não ultrapassar a quantidade diária recomendada.
Estresse
Além da saúde física, as mulheres que estão tentando engravidar devem prestar atenção também à sua saúde mental. O estresse e a ansiedade são fatores que podem prejudicar a fertilidade feminina por interferir na questão hormonal, inibindo os hormônios necessários para a ovulação e prejudicando a manutenção de hábitos saudáveis.
Nesse sentido, técnicas de relaxamento, como ioga, meditação, respiração profunda, prática de exercícios físicos, massagens com óleos essenciais, entre outros, podem ser grandes aliadas. Além disso, tratamentos complementares como a acupuntura também têm apresentado efeitos positivos em relação à fertilidade, devido aos efeitos positivos no apoio à função dos ovários e na redução do estresse.
Sono
Uma boa noite de sono traz diversos benefícios para o organismo, entre eles contribuir para a fertilidade. É durante a noite (e em ambientes escuros) que ocorre a produção de melatonina, hormônio com ação antioxidante que protege as células sexuais dos danos causados pelos radicais livres, promovendo a sua maturação e contribuindo para o desenvolvimento embrionário.
Além disso, dormir bem ajuda a regular a sensação de fome e saciedade, fortalecer o sistema imunológico, aumentar o desempenho físico e processar melhor as questões emocionais.
Tabagismo, álcool e outras substâncias
Álcool, cigarro e outras drogas devem ser evitadas, especialmente por mulheres que desejam engravidar. Isso, porque esses hábitos podem interferir na quantidade e na qualidade dos óvulos, desregular o ciclo menstrual, aumentar as chances de aborto espontâneo, além de outros distúrbios que retardam a concepção.
Manter hábitos saudáveis, como beber bastante água e ter uma alimentação saudável, contribuem para reverter esse quadro e aumentar a fertilidade.
Exposição a toxinas
A poluição do ar, a fumaça dos carros, os agrotóxicos e pesticidas utilizados para produção de alimentos e alguns ingredientes comuns em produtos de limpeza e de higiene pessoal, cosméticos, maquiagens e outros produtos, podem contribuir para o acúmulo de substâncias nocivas no nosso organismo.
Essa acumulação, que ocorre quando a exposição a substâncias nocivas ultrapassa a capacidade que o nosso corpo tem de eliminá-las, é conhecida como carga tóxica. Entre seus efeitos no organismo, está a desregulação hormonal, o que pode afetar a fertilidade e o desenvolvimento saudável do feto.
Algumas formas de reduzir essa carga tóxica no organismo são:
manter uma alimentação saudável, com frutas, verduras e legumes bem higienizados e, se possível, orgânicos;
evitar locais com altos índices de poluição;
reduzir o uso de produtos com fragrâncias, parabenos, ftalatos e BPA;
utilizar recipientes de vidro ou aço inoxidável para aquecer e armazenar suas refeições;
manter a casa e o ambiente de trabalho limpos, evitando o acúmulo de poeira.
Ativos que ajudam a aumentar a fertilidade feminina
Além de todas as condições favoráveis que uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável proporcionam ao corpo da mulher, a combinação de alguns nutrientes também pode contribuir para aumentar as chances de quem deseja engravidar naturalmente.
Esses nutrientes podem ser obtidos por meio da alimentação ou suplementação. Confira abaixo os principais deles e seus efeitos favoráveis na fertilidade feminina.
Ácido fólico
Talvez um dos nutrientes mais conhecidos e suplementados quando a mulher decide engravidar, o ácido fólico ou B9 é uma vitamina hidrossolúvel que pertence ao complexo B e pode aumentar as chances de gravidez. Sua ingestão está associada:
ao aumento da progesterona;
à regulação do ciclo ovulatório, por isso também é indicada para mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP);
ao menor risco de abortos recorrentes;
à formação do tubo neural do feto;
à redução dos sintomas de depressão pós-parto.
Recomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a suplementação de ácido fólico antes e durante a gestação é considerada segura e não causa efeitos colaterais.
Coenzima Q10
Uma pesquisa que avaliou os efeitos da suplementação de antioxidantes na fertilidade feminina, demonstrou que a Coenzima Q10 pode melhorar o número de óvulos maduros, aumentar a taxa de fertilização e a qualidade do embrião. Isso se deve, principalmente, à capacidade antioxidante da CoQ10 em atuar na produção de energia e na redução da morte celular programada do óvulo.
Vitamina C
A vitamina C contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, maior absorção de ferro pelo organismo e restauração da vitamina E oxidada e da glutationa. Além de atuar como um poderoso antioxidante na redução dos níveis de estresse oxidativo nas células, esse nutriente também participa da síntese de colágeno, importante para o crescimento do folículo de Graaf (folículo dominante, que se torna apto para liberar o óvulo maduro a ser fecundado), ovulação e fase lútea (fase entre o final da ovulação e início da menstruação).
Vitamina D
Em relação à fertilidade feminina, a vitamina D pode ser benéfica para mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP), resistência à insulina e baixos níveis do hormônio anti-mulleriano (hormônio produzido no ovário e responsável por regular o desenvolvimento e o crescimento dos folículos). Devido às suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, sua deficiência também pode estar associada à endometriose.
A vitamina D é produzida pelo organismo, de forma endógena, quando a pele é exposta aos raios solares sem o uso de protetor solar e em determinados horários do dia. Por estar presente em pouquíssimos alimentos, a suplementação pode ser a alternativa mais eficiente quando sua deficiência é identificada.
Vitamina E
Presente na membrana celular, a vitamina E atua como um poderoso antioxidante na redução do estresse oxidativo das células, ação que pode ser potencializada quando combinada com a vitamina C. Entre seus benefícios para a fertilidade estão o melhor crescimento epitelial nos vasos sanguíneos e no endométrio.
Complexo B
A combinação de algumas vitaminas do complexo B, como a B9 (ácido fólico), a B12 e a B6, pode contribuir para aumentar as chances de uma gravidez natural. Isso, porque essas vitaminas estão associadas ao metabolismo de homocisteína (aminoácido presente no plasma sanguíneo) que, em altas concentrações, pode aumentar o estresse oxidativo das células e o risco de aborto, além de reduzir as chances de fecundação.
Selênio, Zinco e outros minerais
Estudos mostram que baixas concentrações dos minerais selênio e zinco estão associadas a um tempo mais longo de tentativas antes de engravidar. Além disso, o selênio também afeta a função da tireoide e o crescimento e a maturação dos óvulos, o que é essencial para a fertilidade feminina.
Outros minerais importantes para as mulheres que estão tentando engravidar são o cálcio (reduz o risco de pré-eclâmpsia durante a gestação), ferro (reduz o risco de infertilidade devido a distúrbios de ovulação), magnésio (vital para mulheres com SOP e distúrbios metabólicos) e iodo (sua deficiência afeta a função da tireoide).
L-carnitina
Por meio da sua função antioxidante, a L-carnitina ou vitamina B11 pode contribuir para aliviar distúrbios do sistema reprodutivo, como SOP, endometriose e amenorreia (ausência de menstruação). Também atua na produção e no aumento dos níveis dos hormônios sexuais, protege as células reprodutivas contra os danos oxidativos provocados pelos radicais livres e ajuda no amadurecimento dos óvulos.
Ômega-3
O ácido graxo ômega-3 é um tipo de gordura saudável e muito importante para a manutenção da saúde em diferentes fases da vida. Em relação à fertilidade feminina, o ômega-3 auxilia na melhora do funcionamento dos ovários e na produção dos óvulos, benefícios que podem ser potencializados quando associados a outros nutrientes, como a vitamina E, o selênio e a vitamina C.
Ainda, um estudo recente mostra que as mulheres que suplementam ômega-3 são mais propensas a conceber naturalmente, quando comparadas às que não fazem uso do suplemento. A pesquisa contou com a participação de 900 mulheres, com idades entre 30 e 44 anos e sem histórico de infertilidade.
Outros nutrientes e ativos
O cuidado com a saúde da mulher pode contar ainda com outros ativos importantes, como:
ômega-6: existem suplementos à base de óleo de borragem, por exemplo, que são ricos em ômega-6, um nutriente com ação anti-inflamatória e que ajuda a melhorar os sintomas da TPM;
Asparagus racemosus: planta medicinal que pode ser manipulada e contribui para a fertilidade feminina, alivia sintomas da TPM, entre outros efeitos positivos;
polivitamínicos: contemplam importantes vitaminas e minerais que contribuem para o bom funcionamento do organismo como um todo.
Quero engravidar, devo suplementar?
Se você está tentando engravidar, o primeiro passo a considerar é manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas regulares, manejo do estresse, sono de qualidade, entre outros fatores que abordamos no início deste texto.
A suplementação é um fator importante, especialmente quando há deficiência de nutrientes, e pode ser discutida com seu médico.
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